Presos no Rio os suspeitos de mandar matar Marielle Franco

Date: Mar 24, 2024
Image title: RIO DE JANEIRO, BRAZIL - SEPTEMBER 27: Lellê e Blaya band members pay tribute to murdered Brazilian politician Marielle Franco on the Sunset stage during Rock in Rio 2019 at Cidade do Rock on September 27, 2019 in Rio de Janeiro, Brazil. (Photo by Wagner Meier/Getty Images)
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Três pessoas foram presas na manhã de hoje no Rio de Janeiro por envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco. Entre os detidos estão Chiquinho Brazão, deputado federal; Domingos Brazão, conselheiro do TCE-RJ; e Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do RJ.


Segundo informações da Polícia Federal, Chiquinho e Domingos são suspeitos de serem os mandantes do homicídio de Marielle Franco e Anderson Gomes, assim como da tentativa de homicídio da assessora de Marielle, Fernanda Chaves, que estava no carro no dia do crime. Já Rivaldo foi detido por obstrução de Justiça, apurou o UOL. Além das prisões, também estão sendo cumpridos 12 mandados de busca e apreensão na cidade do Rio de Janeiro.


A prisão de Chiquinho Brazão foi motivada pela delação de Ronnie Lessa, que o apontou como mentor do crime. Com essa citação, o caso foi transferido do Supremo Tribunal de Justiça para o Supremo Tribunal Federal. No entanto, Chiquinho negou qualquer envolvimento no caso, afirmando ter a mesma posição política que Marielle e questionando a delação de Lessa como sendo o "relato de um criminoso".


Domingos Brazão, por sua vez, afirmou não conhecer Marielle e não se lembrar de quem ela era, nem como assessora de Marcelo Freixo. As prisões foram comemoradas pela ministra Anielle Franco, irmã de Marielle, que agradeceu à PF por terem chegado aos mandantes. 


A homologação da delação de Ronnie Lessa foi anunciada pelo Ministério da Justiça, mas o ministro Ricardo Lewandowski afirmou que não teve acesso ao conteúdo, uma vez que o caso tramita em segredo de Justiça. O processo está nas mãos do ministro Alexandre de Moraes. Lewandowski mencionou que os resultados das investigações devem ser divulgados em breve.


Relembre o caso: Marielle Franco e Anderson Gomes foram brutalmente assassinados em 14 de março de 2018, quando voltavam de um evento no Rio de Janeiro. Os ex-PMs, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, foram detidos como suspeitos de serem os autores dos homicídios e aguardam julgamento. Élcio firmou um acordo de delação premiada com a PF, admitindo sua participação no crime e apontando Ronnie Lessa como o autor dos tiros.


A investigação do caso já passou por diferentes delegados e grupos de promotores. O Ministério da Justiça e Segurança Pública montou uma equipe para investigar o caso desde os primeiros meses do governo Lula (PT). Ronnie Lessa, ex-policial militar, está preso preventivamente desde março de 2019 e é considerado o principal suspeito dos assassinatos.


Além dessas prisões, também está detido o ex-bombeiro Maxwell Simões, conhecido como Suel, que teria participado do planejamento do crime e da ocultação das provas. Suel foi condenado a quatro anos de prisão por atrapalhar as investigações. Ele foi preso em julho de 2023 e transferido para a Penitenciária Federal de Brasília no dia seguinte.


Com as recentes prisões dos supostos mandantes do assassinato de Marielle Franco, espera-se que mais informações sejam reveladas, trazendo à tona respostas sobre o caso que chocou o país.