Chefe da ONU adverte que a humanidade tem apenas 2 anos para salvar o planeta

Date: Apr 10, 2024
Image title: Efeitos do aquecimento global podem ser irreversíveis
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O chefe do clima da Organização das Nações Unidas (ONU) fez um discurso nesta quarta-feira (10) alertando para a urgência de tomar medidas para evitar uma mudança climática ainda mais grave nos próximos dois anos. Segundo ele, o tema do aquecimento global está perdendo espaço na agenda política.


Os cientistas afirmam que é crucial reduzir pela metade as emissões de gases do efeito estufa até 2030, a fim de evitar um aumento de mais de 1,5ºC nas temperaturas globais em relação aos níveis pré-industriais, o que resultaria em condições climáticas mais extremas. No entanto, no ano passado, as emissões mundiais de CO2 relacionadas à energia atingiram um recorde.


Os compromissos atuais para combater as mudanças climáticas praticamente não reduziriam as emissões globais até 2030. Por isso, Simon Stiell, secretário-executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, afirmou que os próximos dois anos são essenciais para salvar o planeta.


Stiell destacou a necessidade de um novo conjunto de planos climáticos nacionais mais fortes, a fim de reduzir as emissões de gases do efeito estufa. Ele ressaltou que os países do G20, responsáveis por 80% das emissões globais, precisam agir com urgência nesse sentido.


Durante um evento no think-tank Chatham House, em Londres, o representante da ONU afirmou que uma das principais metas das negociações climáticas deste ano em Baku, no Azerbaijão, é chegar a um acordo sobre uma nova meta de financiamento climático para apoiar os países em desenvolvimento na transição para fontes de energia limpa e no combate às mudanças climáticas.


As cúpulas da ONU sobre o clima têm aumentado de tamanho nos últimos anos, contando com a presença de milhares de lobistas e representantes empresariais junto às delegações governamentais. Na COP28 do ano passado em Dubai, por exemplo, participaram quase 84 mil pessoas, o que gerou críticas de ativistas quando mais de 2.000 lobistas da indústria de combustíveis fósseis se registraram para o evento.