Em meio a protestos Netanyahu se pronuncia defendendo continuidade da guerra

Date: Mar 31, 2024
Image title: TEL AVIV, ISRAEL - MARCH 30: Protesters hold signs as they are taking part in a demonstration calling for the release of hostages held in the Gaza Strip, and against Israeli prime Minister Benjamin Netanyahu and his government on March 30, 2024 in Tel Aviv, Israel. Israelis' frustrations with the government led by Benjamin Netanyahu have persisted as over 100 hostages remain captive in Gaza, after nearly six months of war between Israel and Hamas, the Palestinian militant group that attacked Israel on Oct. 7. (Photo by Amir Levy/Getty Images)
Image credit: Amir Levy - 2024 Getty Images
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Na noite do último sábado (30), Israel teve uma das maiores manifestações do país desde o início da guerra, em outubro. As manifestações reuniram dezenas de milhares de pessoas em Tel Aviv. Após essa noite de protestos contra o governo, o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu fez um pronunciamento no domingo, defendendo a necessidade de continuar a guerra na Faixa de Gaza. O líder israelense afirmou estar comprometido com o retorno dos reféns e destacou que nada irá impedir a invasão de Rafah, último refúgio para mais de 1 milhão de palestinos.


Os protestos exigiam o retorno dos sequestrados pelo grupo terrorista durante o atentado. Netanyahu declarou que aqueles que duvidam dos esforços do governo para libertar os reféns estão enganados e estão levando outras pessoas a se enganarem. Ele ressaltou que a verdadeira agonia está sendo causada às famílias dos reféns quando conhecem a verdade, mas ainda assim repetem mentiras.


O primeiro-ministro reafirmou que está fazendo tudo e continuará fazendo para trazer os entes queridos de volta para casa e defendeu que a melhor forma de resgatá-los é através de uma combinação de pressão militar e negociações. Ele também alertou para os riscos de convocar eleições neste momento, argumentando que isso paralisaria as negociações para a libertação dos reféns e colocaria fim à guerra antes que seus objetivos fossem alcançados.


Israel está prestes a completar seis meses de guerra com o Hamas na Faixa de Gaza. Familiares dos reféns se juntaram aos manifestantes contra a administração atual e o clima era de indignação. Segundo declaração do porta-voz do Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas, Haim Rubinstein, esses protestos representam um ponto de virada nesses seis meses de manifestações. Ele afirmou que as famílias estão cansadas e entregaram uma mensagem clara a Netanyahu: não permitiremos que você impeça um acordo.


Netanyahu alega que Israel está mostrando flexibilidade nas negociações e se comprometeu a trazer todos os reféns de volta para casa, enfatizando que não deixarão ninguém para trás. Ele concluiu o pronunciamento afirmando que, com a ajuda de Deus, vencerão juntos.


As manifestações continuam neste domingo, com milhares reunidos em frente ao Knesset, a assembleia sediada em Jerusalém. Os protestos questionam principalmente a isenção do serviço militar para os ultraortodoxos, o que tem gerado atrito na sociedade israelense. Netanyahu tinha até 31 de março para apresentar uma legislação que resolvesse essa questão, mas solicitou um adiamento de 30 dias. A Suprema Corte deu ao governo até 30 de abril para apresentar argumentos adicionais e, em uma decisão provisória, também determinou a suspensão do financiamento estatal para estudantes de seminário ultraortodoxos a partir de 1º de abril.


A oposição criticou o governo, alegando que a prioridade deveria ser dada aos reféns, aos deslocados, à gestão da guerra e à economia, em vez de se concentrar apenas em permanecer no cargo.