SUS atendeu quase 50 baleados por dia em 2022, diz estudo

Date: Dec 15, 2023
Image title: YEREVAN, ARMENIA - JULY 7: A trainer shows the training AK-47 bullets used for the shooting exercise with civilians following paramilitary training in Yerevan on July 7, 2023 in Yerevan, Armenia. A paramilitary group in Armenia, funded by the diaspora, continues training civilians in handling weapons, first-aid and organising help for those on the frontline of the repeated conflicts with Azerbaijan. (Photo by Astrig Agopian/Getty Images)
Image credit: Astrig Agopian - 2023 Getty Images
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De acordo com um estudo do Instituto Sou da Paz, o Sistema Único de Saúde (SUS) atendeu em média quase 50 casos de pacientes baleados por dia em 2022. Ao todo, foram registradas 17,1 mil internações de baleados em hospitais públicos em todo o país. Esses números alarmantes revelam a gravidade da violência armada no Brasil e seus impactos nos sistemas de saúde.


No estado do Rio de Janeiro, conhecido pelos casos de violência mais complexos, o custo médio diário para tratar um paciente baleado em hospitais chega a R$ 2,3 mil, segundo o estudo. Essa despesa representa uma carga financeira significativa para o sistema de saúde, que poderia ser direcionada para outras áreas importantes.


Além do custo financeiro, o atendimento de vítimas de tiros impõe uma pressão considerável sobre os hospitais públicos. Esses casos exigem a intervenção de pelo menos sete profissionais de saúde, que devem agir rapidamente para oferecer um tratamento adequado. Essa demanda extra sobrecarrega ainda mais os hospitais já sobrecarregados.


No total, a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro já gastou mais de R$ 19,7 milhões no atendimento a pacientes baleados apenas este ano. Esse montante poderia ter sido utilizado para realizar 4,6 milhões de hemogramas completos, ressaltando a importância de investir em prevenção da violência e tratamentos preventivos.


Cristina Neme, coordenadora de projetos do Instituto Sou da Paz, destaca que uma internação por arma de fogo custa, em média, três vezes mais do que uma internação por outros problemas de saúde. Esse fato ressalta a gravidade do problema e a necessidade de ações efetivas para enfrentar a violência armada em nosso país.