Israel cancela visita a Washington após EUA se absterem em votação da ONU

Date: Mar 25, 2024
Image title: BERLIN, GERMANY - MARCH 16: Israeli Prime Minister Benjamin Netanyahu and German Chancellor Olaf Scholz (not pictured) speak to the media following talks at the Chancellery on March 16, 2023 in Berlin, Germany. Netanyahu's one-day visit to Berlin is being accompanied by protests, including both by people angry over Israel’s policies towards Palestinians as well as those critical of possible new legislation in Israel supported by Netanyahu that would undermine the independence and the power of Israel's Supreme Court, effectively curtailing democracy in Israel. (Photo by Sean Gallup/Getty Images)
Image credit: Sean Gallup - 2023 Getty Images
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Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, cancelou a visita de uma delegação de Israel a Washington D.C., nesta segunda-feira depois que os EUA se abstiveram na votação do Conselho de Segurança da ONU sobre uma resolução de cessar-fogo na Faixa de Gaza até 9 de abril.


De acordo com o jornal israelense Haaretz, o gabinete de Netanyahu afirmou em comunicado que a abstenção dos EUA "prejudica os esforços de guerra" e as tentativas "para libertar os reféns". 

A visita da delegação israelense aos Estados Unidos estava marcada a pedido do presidente Joe Biden, e o grupo se encontraria com autoridades norte-americanas para discutir as operações de Israel na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza. O local se tornou um refúgio para palestinos deslocados de outras regiões do enclave desde o início da guerra.


A Casa Branca classificou o cancelamento como "decepcionante" via seu porta-voz, John Kirby. Apesar disso, altos funcionários dos EUA ainda se encontrarão com o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, para discutir questões como os reféns israelenses, a ajuda humanitária e a proteção de civis em Rafah.


Kirby também afirmou que a abstenção dos EUA na votação da ONU não representa uma mudança na posição política norte-americana e não deve ser vista como uma escalada. Ele explicou que a razão para a abstenção é que o texto da resolução não condena o Hamas.


Na votação ocorrida nesta segunda-feira (25.mar), o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução que determina um cessar-fogo "imediato" na Faixa de Gaza durante o Ramadã, período sagrado para os muçulmanos que começou em 10 de março e termina em 9 de abril. O documento também pede a libertação "imediata e incondicional de todos os reféns" mantidos pelo Hamas.


A resolução recebeu 14 votos a favor, nenhum contrário e uma abstenção dos EUA. A embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, agradeceu aos membros do conselho por aceitarem algumas sugestões norte-americanas para o texto, mas mencionou que algumas edições importantes foram ignoradas, incluindo a solicitação dos EUA para condenar o Hamas.